Há mulheres que passam a vida toda procurando descobrir o próprio prazer – onde fica o ponto G? Como é um orgasmo? Com a terapeuta sexual Cheryl Cohen Greene, foi diferente: ela dedicou 40 anos da sua vida ajudando as outras pessoas na busca pela satisfação sexual.Só que ao invés de dicas apimentadas comuns às revistas femininas, ela usou o próprio corpo. Adepta da terapia do sexo, ela já foi para a cama com cerca de 900 pacientes, tentando curar traumas e disfunções de homens e mulheres.
Cheryl segue uma técnica desenvolvida por William Masters e Virginia Johnson na década de 50. Em inglês, a profissão é denominada “surrogate partner”, que pode ser traduzida como “parceira substituta”. Em seu consultório, recebe pessoas com os mais variados tipos de bloqueios entre quatro paredes – de problemas comuns como ejaculação precoce aos difíceis de acreditar, como o de um senhor de 70 anos que a procurou porque ainda era virgem.
Ao Portal Terra, ela contou que as pessoas se assustam quando ela fala o número de pessoas que já passaram pelo seu consultório. “Fui chamada de muitos nomes. Mas vejo homens e mulheres com problemas e quero ajudá-los a se sentirem melhor sobre a sua sexualidade”, afirma orgulhosa da própria missão.
Cheryl descobriu a técnica em 1973. Na época, o trabalho dela era “ser mãe”, já que se casou pela primeira vez aos 19 anos e teve o primeiro filho aos 20. A naturalidade com as questões do corpo começaram dentro de casa. “Meus filhos eram pequenos quando eu comecei. Quando perguntavam o que eu fazia, eu dizia ‘eu vou ajudar as pessoas a se sentirem melhor sobre a sua sexualidade’. Sempre que faziam perguntas, à medida que iam crescendo, eu respondia com honestidade”, contou.
AS SESSÕES
Com a vasta experiência, ela escreveu o livro As Sessões, publicado no Brasil pela editora BestSeller. A história foi adaptada para o cinema, com foco na história do seu cliente Mark O’Brien (vivido por John Hawkes), vítima de poliomielite. Segundo ela, este foi o primeiro deficiente físico que se tratou com ela e o mais difícil caso que já enfrentou. “Tive que aprender como tocar o corpo dele”.
Ela contou que Mark pesava pouco mais de 30 kg e, no filme, nem conseguiram retratá-lo tão magro. As dificuldades incluíam desde o medo do próprio cliente até questões práticas, como o cuidado em não depositar muito peso em cima dele. “Foi difícil, mas aprendi a lidar e foi muito profundo”. Helen Hunt deu vida à Cheryl no filme e concorreu ao Oscar de melhor atriz coadjuvante.
Cheryl segue uma técnica desenvolvida por William Masters e Virginia Johnson na década de 50. Em inglês, a profissão é denominada “surrogate partner”, que pode ser traduzida como “parceira substituta”. Em seu consultório, recebe pessoas com os mais variados tipos de bloqueios entre quatro paredes – de problemas comuns como ejaculação precoce aos difíceis de acreditar, como o de um senhor de 70 anos que a procurou porque ainda era virgem.
Ao Portal Terra, ela contou que as pessoas se assustam quando ela fala o número de pessoas que já passaram pelo seu consultório. “Fui chamada de muitos nomes. Mas vejo homens e mulheres com problemas e quero ajudá-los a se sentirem melhor sobre a sua sexualidade”, afirma orgulhosa da própria missão.
Cheryl descobriu a técnica em 1973. Na época, o trabalho dela era “ser mãe”, já que se casou pela primeira vez aos 19 anos e teve o primeiro filho aos 20. A naturalidade com as questões do corpo começaram dentro de casa. “Meus filhos eram pequenos quando eu comecei. Quando perguntavam o que eu fazia, eu dizia ‘eu vou ajudar as pessoas a se sentirem melhor sobre a sua sexualidade’. Sempre que faziam perguntas, à medida que iam crescendo, eu respondia com honestidade”, contou.
AS SESSÕES
Com a vasta experiência, ela escreveu o livro As Sessões, publicado no Brasil pela editora BestSeller. A história foi adaptada para o cinema, com foco na história do seu cliente Mark O’Brien (vivido por John Hawkes), vítima de poliomielite. Segundo ela, este foi o primeiro deficiente físico que se tratou com ela e o mais difícil caso que já enfrentou. “Tive que aprender como tocar o corpo dele”.
Ela contou que Mark pesava pouco mais de 30 kg e, no filme, nem conseguiram retratá-lo tão magro. As dificuldades incluíam desde o medo do próprio cliente até questões práticas, como o cuidado em não depositar muito peso em cima dele. “Foi difícil, mas aprendi a lidar e foi muito profundo”. Helen Hunt deu vida à Cheryl no filme e concorreu ao Oscar de melhor atriz coadjuvante.
NA CAMA
Assim como uma sessão de terapia “normal”, o tratamento envolve muita comunicação e é acompanhado por uma psicóloga, que troca informações com Cheryl sobre os bloqueios e a evolução de cada cliente.“Cliente”, inclusive, é o nome que Cheryl faz questão de dar às pessoas que se consultam com ela. “Não uso o termo ‘paciente’ porque eles não estão doentes. São pessoas normais, como eu”, explica.A primeira sessão geralmente é baseada em uma conversa, na qual a pessoa conta suas expectativas. Fala sobre a sensação do toque de cada área do corpo, sexo seguro, como usar camisinhas, masturbação. Tudo depende também das necessidades de cada um – problemas como ansiedade e falta de noção sobre o próprio corpo são comuns. “As sessões são a cada duas semanas e duram duas horas. A intimidade cresce gradualmente”.
Ao longo do tratamento, a terapeuta procura estimular o cliente a entender com mais profundidade a própria sexualidade. Um dos objetivos, segundo Cheryl , é fazer com que as pessoas falem sobre sexo com mais naturalidade. “Quero que elas tenham relacionamentos mais ricos. E isso não significa se apaixonar e se casar. Mas significa que quando você tem intimidade física você tem experiências muito mais bonitas. Eu incentivo as pessoas a fazerem sexo com quem elas gostem com quem realmente as deixam excitadas”.
Ela observa que, entre as mulheres, a falta de diálogo sobre as questões sexuais tem uma explicação ainda mais profunda. “Elas têm medo de serem julgadas”, pontua. Outra questão bastante forte entre o público feminino é a falta de conhecimento sobre a própria anatomia.
Para isso, Cheryl lança mão também da teoria. “Mostro livros com fotos coloridas e elas podem sentir as diferentes variações de vulvas femininas”. Ela também recebe muitas dúvidas sobre masturbação, e dá algumas opções de movimento e sugestões, como vibradores para algumas, ou o uso de um travesseiro para outras.A vergonha do corpo também entra como parte do bloqueio feminino e, nestes casos, a terapeuta usa a própria experiência para mostrar a importância do desprendimento. “Eu tenho 68 anos. Não sou mais jovem. Não tenho o seio direito. Ele foi reconstruído, mas não parece o meu outro seio. Eu tive câncer de mama em 2006. Mas eu não tenho vergonha e não me escondo. As mulheres têm que confiar nelas mesmas”, explica, completando que a excitação tem mais a ver com a atitude feminina do que com belas formas.
Assim como uma sessão de terapia “normal”, o tratamento envolve muita comunicação e é acompanhado por uma psicóloga, que troca informações com Cheryl sobre os bloqueios e a evolução de cada cliente.“Cliente”, inclusive, é o nome que Cheryl faz questão de dar às pessoas que se consultam com ela. “Não uso o termo ‘paciente’ porque eles não estão doentes. São pessoas normais, como eu”, explica.A primeira sessão geralmente é baseada em uma conversa, na qual a pessoa conta suas expectativas. Fala sobre a sensação do toque de cada área do corpo, sexo seguro, como usar camisinhas, masturbação. Tudo depende também das necessidades de cada um – problemas como ansiedade e falta de noção sobre o próprio corpo são comuns. “As sessões são a cada duas semanas e duram duas horas. A intimidade cresce gradualmente”.
Ao longo do tratamento, a terapeuta procura estimular o cliente a entender com mais profundidade a própria sexualidade. Um dos objetivos, segundo Cheryl , é fazer com que as pessoas falem sobre sexo com mais naturalidade. “Quero que elas tenham relacionamentos mais ricos. E isso não significa se apaixonar e se casar. Mas significa que quando você tem intimidade física você tem experiências muito mais bonitas. Eu incentivo as pessoas a fazerem sexo com quem elas gostem com quem realmente as deixam excitadas”.
Ela observa que, entre as mulheres, a falta de diálogo sobre as questões sexuais tem uma explicação ainda mais profunda. “Elas têm medo de serem julgadas”, pontua. Outra questão bastante forte entre o público feminino é a falta de conhecimento sobre a própria anatomia.
Para isso, Cheryl lança mão também da teoria. “Mostro livros com fotos coloridas e elas podem sentir as diferentes variações de vulvas femininas”. Ela também recebe muitas dúvidas sobre masturbação, e dá algumas opções de movimento e sugestões, como vibradores para algumas, ou o uso de um travesseiro para outras.A vergonha do corpo também entra como parte do bloqueio feminino e, nestes casos, a terapeuta usa a própria experiência para mostrar a importância do desprendimento. “Eu tenho 68 anos. Não sou mais jovem. Não tenho o seio direito. Ele foi reconstruído, mas não parece o meu outro seio. Eu tive câncer de mama em 2006. Mas eu não tenho vergonha e não me escondo. As mulheres têm que confiar nelas mesmas”, explica, completando que a excitação tem mais a ver com a atitude feminina do que com belas formas.
PROSTITUTA NÃO!
Ao longo destes 40 anos, não foram poucas as vezes que ela teve que explicar as diferenças entre o seu trabalho e o de uma prostituta. “Não tenho nada contra as prostitutas. Mas uma parceira substituta é bem diferente de uma profissional do sexo. Quando uma pessoa procura uma parceira substituta é para aprender mais sobre a sua sexualidade. A terapeuta e o cliente trabalham juntos, como um time”, explica.
Com o sucesso do filme e do livro, o conhecimento sobre o assunto se ampliou, o que ela comemora. “Estou dando muitas entrevistas. Mais pessoas sabem sobre as parceiras substitutas e isso é bom. Fico feliz, porque isso traz mais discussão a respeito”, contou, acrescentando que agora também recebe dúvidas e comentários de várias partes do mundo.
Ao longo destes 40 anos, não foram poucas as vezes que ela teve que explicar as diferenças entre o seu trabalho e o de uma prostituta. “Não tenho nada contra as prostitutas. Mas uma parceira substituta é bem diferente de uma profissional do sexo. Quando uma pessoa procura uma parceira substituta é para aprender mais sobre a sua sexualidade. A terapeuta e o cliente trabalham juntos, como um time”, explica.
Com o sucesso do filme e do livro, o conhecimento sobre o assunto se ampliou, o que ela comemora. “Estou dando muitas entrevistas. Mais pessoas sabem sobre as parceiras substitutas e isso é bom. Fico feliz, porque isso traz mais discussão a respeito”, contou, acrescentando que agora também recebe dúvidas e comentários de várias partes do mundo.
TRABALHO COM PRAZER
Sentir desejo e chegar ao orgasmo faz parte do trabalho de Cheryl, uma vez que a ideia central é fazer com que o cliente se aprimore na arte de dar e receber prazer. Ela explica que, como o tratamento envolve muita comunicação, os clientes sabem a forma como ela gosta de ser tocada e beijada.
No entanto, nem tudo são flores. Ela conta que os pacientes mais difíceis são os homens que não estão prontos para o processo. Em um caso, chegou a dispensar um cliente na terceira sessão.O tratamento tem prazo para acabar – de seis a dez sessões – e a terapeuta explica que, assim como qualquer relacionamento, o dela com o paciente tem início, meio e fim, impedindo que os laços ultrapassem o limite do consultório.
Para toda regra, no entanto, há uma exceção. Quando perguntada sobre a história mais emocionante que já viveu, ela não tem dúvida: “bom, eu me casei com meu cliente Bob”. Bob Greene, seu segundo marido, foi o único caso em que a vida profissional se misturou com a pessoal – eles estão juntos há 32 anos. Bob não se importa com a profissão de Cheryl, pelo contrário, se sente orgulhoso. “Ele sabe o que eu faço e o que eu fiz por ele. Ele confia e sabe que não vou me afastar dele”, conta, acrescentando que o marido nunca pediu que ela desistisse da sua meta.
Cheryl ainda está na ativa, porém, os remédios contra o câncer de mama trouxeram alguns efeitos colaterais e limitações físicas. “Farei isso enquanto o meu corpo resistir”, enfatiza. Para o futuro, ela também pretende aumentar o alcance deste tipo de terapia, por meio de palestras, “para que as pessoas pensem sobre a sexualidade de uma forma mais positiva”.
Para ela, a terapia sexual é um “processo maravilhoso”. “Muitas pessoas falam para mim, ao final do tratamento ‘eu gostaria de ter tido essas informações quando eu era mais jovem’”. A maior recompensa vai além da comprovação da evolução de um cliente, ela explica. “Proporcionar uma grande mudança na vida de alguém”, finaliza.
Sentir desejo e chegar ao orgasmo faz parte do trabalho de Cheryl, uma vez que a ideia central é fazer com que o cliente se aprimore na arte de dar e receber prazer. Ela explica que, como o tratamento envolve muita comunicação, os clientes sabem a forma como ela gosta de ser tocada e beijada.
No entanto, nem tudo são flores. Ela conta que os pacientes mais difíceis são os homens que não estão prontos para o processo. Em um caso, chegou a dispensar um cliente na terceira sessão.O tratamento tem prazo para acabar – de seis a dez sessões – e a terapeuta explica que, assim como qualquer relacionamento, o dela com o paciente tem início, meio e fim, impedindo que os laços ultrapassem o limite do consultório.
Para toda regra, no entanto, há uma exceção. Quando perguntada sobre a história mais emocionante que já viveu, ela não tem dúvida: “bom, eu me casei com meu cliente Bob”. Bob Greene, seu segundo marido, foi o único caso em que a vida profissional se misturou com a pessoal – eles estão juntos há 32 anos. Bob não se importa com a profissão de Cheryl, pelo contrário, se sente orgulhoso. “Ele sabe o que eu faço e o que eu fiz por ele. Ele confia e sabe que não vou me afastar dele”, conta, acrescentando que o marido nunca pediu que ela desistisse da sua meta.
Cheryl ainda está na ativa, porém, os remédios contra o câncer de mama trouxeram alguns efeitos colaterais e limitações físicas. “Farei isso enquanto o meu corpo resistir”, enfatiza. Para o futuro, ela também pretende aumentar o alcance deste tipo de terapia, por meio de palestras, “para que as pessoas pensem sobre a sexualidade de uma forma mais positiva”.
Para ela, a terapia sexual é um “processo maravilhoso”. “Muitas pessoas falam para mim, ao final do tratamento ‘eu gostaria de ter tido essas informações quando eu era mais jovem’”. A maior recompensa vai além da comprovação da evolução de um cliente, ela explica. “Proporcionar uma grande mudança na vida de alguém”, finaliza.
Fonte: RIUS
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